quarta-feira, 5 de outubro de 2011

ATELEVISÃO DE DONA TEL

Vou falar de uma pessoa

Que os céus dizem amém

Uma pessoa maravilhosa

Que nunca fez mal a ninguém

Simples e trabalhadora

E igual a ela não tem


Seus cabelos tá branquiados

O sorriso de antes já enrugou

Mas a gentileza é a mesma

Isso ela nunca renegou

Seu caminhar é compassado

Marca de que já trabalhou


Tem no espirito a bondade

E nas ações seu valor

De dignidade é uma fonte

Em sua vida sobra amor

As feridas que a vida fez

Ela soube vencer a dor


Dona Tel é esse anjo

Que Deus nos presenteou

Casada com seu Joatão

O homem que tanto amou

Quatorze filhos fizeram

E nenhum abandonou



De sua infinita sabedoria

A paz sempre buscou

E a ajudar ao próximo

Respeito conquistou

E um grande trabalho

A comunidade prestou


Hoje mim dar saudade

E recordo com satisfação

De sua ilustre humildade

E te tanta compreensão

Por deixar a todos nós

Assistir em sua televisão


Sem fazer diferença

Todos eram telespectador

Branco, preto ou índio.

De Vagabundo a trabalhador

Mulher, homem, menino.

De analfabeto a doutor.


Quase vinte e quatro horas

A TV não desligava

Pequenina mais potente

A galera telespectava

Preto e branco a imagem

E a população apreciava



Filmes, jornais e novelas.

Tinha seu público especial

Desenhos, shows e humor.

A meninada achava legal

Futebol, reportagem, culinária.

Era coisa sensacional


Mininos buchudos e fedorentos

Esparramado pelo chão

Os adultos no tamborete

Uma cadeira pra joatão

TEL sentada na sua poltrona

Todos diante da televisão


Gargalhadas e cochicho

E o psiu logo se ouvia

Sustos e muitos gritos

Isso sempre acontecia

Olhos bem lagrimosos

Com as cenas que se via


Chulé e comichado

Sempre tinha um alguém

Peido azedo e arroto

As vezes se sabia de quem

Mas com tudo isso

TEL nunca expulsou ninguém



A novela era na sala

Uma sueca na cozinha

Os suequeiros não resistiram

A sala bem completinha

Aderiram às novelas

Abandonando as cartinhas.


Cabra erado e bigodudo

Ria-se que a chapa caia

Comentavam as cenas

E vinham no outro dia

Menino pegava no sono

Acordava dizendo arizia


O sucesso da televisão

Nunca pode se medir

Nem a entrada ao povo

TEL nunca quis impedir

Assistia todo mundo

Podiam se divertir.


As portas nunca fecharam

Era aberta até madrugada

Às vezes o dia nascia

E a negrada pegada

Nem respeitava o sono

De quem a TV doava



Durante muitos anos

A TV foi à atração

Da humilde cachoeira do sapo

Que não tinha animação

De segunda a segunda

De primavera a verão.


Na calçada os jovenzinhos

Procuravam se agradar

Era o lugar predileto

Pra começar a namorar

Banhados e perfumados

Tentavam impressionar


Foi também palco de brigas

Para na porta se escorar

Pois a sala estava cheia

Não dava mais para entrar

Imprensavam-se, e se apertavam.

Para a TV apreciar


Os filhos de dona tel

Nunca inteferiram no divertir

Raquel, Chico, Daniele

Lú, basto, neide ou joacir.

Ciço, júlia, zefa ou galega

Vieram a contribuir



Janaina, Ivone, Aparecida.

Também como mariquinha

Presenciaram muito a cena

Quando a cachoeira vinha

Sua casa sempre lotada

Do forasteiro a vizinha


O tempo se passou

As coisas melhoraram

O povo comprou sua TV

Da casa de TEL se afastaram

Esqueceram tanto favor

Que da mesma contemplaram


Dona tel ainda assisti

Só que agora TV a cores

Seu Joatão ta acamado

Não lembra mais dos amores

A casa ainda é a mesma

Aconchegante e sem odores


Eu ali muito assistir

Dona TEL muito obrigado

Jamais vou me esquecer

De seus favores abençoados

Hoje eu rezo a Deus

Para TELs ter multiplicado.



COMO MUITO RESPEITO E CARINHO A DONA FRANCISCA ANDRADE ( DONA TEL E TODA SUA FAMÍLIA) BRIGADO POR TODOS OS MOMENTOS DE BONDADE PRESTADO A NOSSA COMUNIDADE.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As cidades da Paraiba em um conto

Me adesculpe, minha genti, meu jeito de falar: sou matuto do sertão num sei se apronunciar, o meu nome é PARAÍBA e minha históra vou contá.

Eu nasci lá no CONDADO lá pur trae do MONTE HOREBE, na tá CACHOEIRA DOS INDIOS já nas terra da BARRA DE SANTA ROSA do CONDE o senhor JUAREZ TÁVORA que a nutiça filiz recebe. Minha famía era humilde mai muito bataiadeira. Minha mãe é IGARACY, fia de seu IBIARA lá da tribo JURIPIRANGA pegada com a ITAPORANGA pra cá do canto da ARARA. O meu pai é seu GURJÃO, fio de seu FAGUNDES, um cabocoforriado e o mió vaquêro da BARRA DE SÃO MIGUEL, terra de seu CALDA BRANDÃO.

Nasci numa sexta-fêra nu dia de SANTA LUZIA da era que se passô. Dona CONCEIÇÃO foi minha partêra e o meu imbigo ela mermo cortô e vizim do POÇO DANTAS ela bem purlá interrô, era pá SÃO JOSÉ DE ESPINHARAS bom LIVRAMENTO me dá, e pá eu ter BOM SUCESSO em
todo o meu caminhá.

Minha madinha foi DONA INÊS, o padim seu DAMIÃO eles era um casal muito filiz, que morava lá na VÁRZEA por trai da SERRA DA RAIZ. Na vida fui um aprendiz de oiça pu ripitição, amansava burro brabo, matava cascavé cua mão, uma micova de mato na inxada tirava sem reclamação, mai da cartia do ABC nunca tirei uma lição. Inté istudei com os fios do patrão NAZAREZINHO e JUAREZINHO que era o orgúiu du prufessô. O bom veinho seu ASSUNÇÃO um PAULISTA que pressas bandas debandô.

Eu inté mi esfucei mai nun teve jeito não, assuletrar e escrivaniar num era minha vocação. Eu gostava das MONTADAS e era um MONTEIRO danado, um furustento que pegava GADO BRAVO, que na MATURÉIA era um tatu, torava MATO GROSSO nos peito: MASSARANDUBA, MULUNGU.Trazia o bicho piado com JUNCO DO SERIDÓ, butava no CURRAL DE CIMA do lado da capelinha de SÃO MIGUEL DE TAIPÚ.

Na friguisia eu era afamado pru via da dispusição, nuvia braba eu pegava e SAPÉ cava no chão e qualquer PICUÍ eu arresuvia na região. Na fazenda BREJO DO CRUZ tinha um tôro espiritado dava carrêra em gente honesta, gente véia e nos safados. Eu tinha visto bezerrinho o tôro por nome BELÉM que era fio de um tôro de papai, o tôro GURINHEM, mai cumigo num tinha nhêm nhêm junto cum meu parceiro o fio de seu JOCA CLAUDINO, amigo desde minino, o SANTANA DOS GARROTES, também chamado “Santarém”. Peguêmo o barbatão na mata, que parecia um PITIMBU, dava coice e chifrada e urrava como um JACARÁU. adispoi desse dia meu sucesso foi apruvado cuma a luz, tinha sido eu o caba que pegô e trôxe bem trazido BELÉM DO BREJO DO CRUZ. Afinal eu só pudia sê benzido, poi tinha sido batizado por FREI MARTINHO que morava lá nas Europa no castelo de Queluz.

Mai um dia minha dispusição caiu pelo LASTRO num amanhecê quando eu me apaixonei por ZABELÊ. Ela era uma caboca lazarina abunitada de tirar o SOSSEGO de qualquer um que ela cunhecê. Era fia única de seu BAYEUX com dona APARECIDA e moravam lá na BARRA DE SANTANA seguino essa decida, adispois do CURRAL VELHO, mermo de frente da SANTA CRUZ da capelinha de SÃO JOSÉ DO BREJO DO CRUZ morava a minha quirida. Era uma donzela trabaiadeira, arava, prantava, cuía, mai gustava mermu era de PILAR em seus PILÕES. tinha um ciúme amuado dos seus PILÕESZINHOS, nem se astrevesse a no bicho incustar sem seu cuncentimentos, poi levava logo uns belicões. Essa muleca fez uma COXIXOLA no meu curação, era um querê bem tão da mulesta que fez uma ALHANDRA no meu peito da muli INGÁ que dá pra vê a inchação.

Foi num dia anubraiado que tive uma BOA VENTURA numas andança entre as CAJAZEIRAS, foi pur lá que avistie aquele anjo madornando debaixode um UMBUZEIRO adispoi da brincadêra. A gabaneta chegava a sê a fulô mai bunita e cheirosa das fulores daquela CAMPINA GRANDE. Meus óio se acatitaram pareciam duas PEDRAS DE FOGO im riba duma chapa de frande. Só pode ser uma avisajamento uma belezação dessa. Foi cuma um tiro de budoque que me acertô o curação às pressa. E nu silênço de minha matutagem uma oração prupusera, meu SÃO SEBASTIÃO DO UMBUZEIRO,minha SANTA HELENA de SÃO JOÃO DO TIGRE, me ajude a cunquistar a fera.

Essa foi a muié mai NOVA OLINDA que já avistei. Daquele dia pradante ela passou AGUIAR meu pisá por essas DUAS ESTRADAS que desbravei, a do amô e a do trabaiá do jeitinho que matutei. Tudo mudô adispois dessa PASSAGEM na BORBOREMA da minha vida, quando meus óio essa ITABAIANA visuô istendida. Tirei o meu chapé um bom dia adesejei. Magine que pur todas santa do céu: SANTA RITA, SANTA CECÍLIA e SANTA INÊS, JURU pur SÃO FRANCISCO cuma ela disse olá que quase dismaei. Eu muito acontentei e grato fiquei, o burrim esporei, sai cortando o vento: AROEIRAS,BANANEIRAS, CABACEIRAS, CARRAPATEIRA levei nos peito e nem notei. Saí aLUCENAdo e fui guiado pelo amô e numa NOVA FLORESTA o bicho estancô, despetei, quando oiêi num vi mai as CAJAZEIRINHAS, nem ondemeu SERTÃOZINHO ficô.

Medo eu num tive tava gustano da lesêra, ainda tinha a VISTA SERRANA pur trae de uma palmêra, apeiei de MOJEIRO e amarrei numa NOVA PALMEIRA, ficô comendo aquele CAPIM isverdiado que achava debaixo da CATINGUEIRA. Sonhando me adeitei na AREIA DE BARAÚNA à sombra de uma CARAÚBAS, sonhei e sonhei com os óio ainda aboticados embriagado de paxão alembrando daquela UIRAÚNA.

Na MATARACA da sina asto dia nóis se encontrô, num festejo de SÃO JOSÉ DO SABUGI no CAMPO DE SANTANA, nossas vida se achô. Foi ládebaixo do SOBRADO do LOGRADOURO de seu PEDRO RÉGIO, que uma ARARUNA nóis dançô, seu óio espiava eu, os meus espiava ela, só num dancemo um CONGO pruque a GUARABIRA cansô.

Na madurecença da noite ela oiou-me dentro dos óio BONITO DE SANTA FÉ e como uma minina cheia de ESPERANÇA preguntô ITAPOROROCA mente se a ela queria pu muié. A espiei como um CAIÇARA e falei sem medo de errar, se a quero? Eu quero mai que isso, o que sinto pur vós me cê “tacima” de qualquer maginar. PUXINANÃ que coisa mai boa, meus óio se encheu d`água igual o RIACHO DE SANTO ANTÔNIO quando a invernia intôa, inda mai quando ela cuchichou em minhas oiças que SÃO JOSÉ DE PRINCESA era seu prutetor, pruvéra!!! só pudia ser ele mermo, sapequei no mermo istante, e o meu é SÃO JOSÉ DO BONFIM, o meu santo guardador.

Foi um namoro da mulinga com uns apertado danado, uns cheiro, uns cafuné, um andado impariado, um PARARI, um parará, e dois juramento por minuto de pru ano ser casado, parecia o sol e lua quando tão se eclipado. E o disfeixe do casório só depende de SÃO JOSÉ DOS RAMOS essa união ter abençuado.

Seu VIERÓPOLIS e dona MARIZÓPOLIS num tirava o óio do nosso chamêgo, foi quando peguei cum OLIVEDOS uma CUITÉ DE MAMANGUAPE e enchi o meu ALCANTIL pur detrái de um burrego. Enquanto goleava a bebida alisava o vestido da minha SOLÂNEA de ALGODÃO DE JANDAIRA e seu longo CABEDELO sedoso de óleo de coco CATOLÉ DO ROCHA cherano a copaiba.

Prumode minha pubreza maus oiado despertou, um caboco aprobraiado namorano aquela fulô, quando BERNADINO BATISTA viu gritô: SÃO JOSE DE PIRANHAS, num acredito no que vejo, esse CAAPORÃ bufento e fedorento ta cum essa sinhora. O cariri num pode aceita essa infiliz união, a partir de hoje vô fazê a MARCAÇÃO e CUBATI de perto pra vê sua ação. SÃO JOÃO DO CARIRI há de cumigo concordá, SÃO DOMINGO DO CARIRI é de desaprovar e de ajudar no DESTERRO dessa terríve paxão.

Num pude acriditar em tudo que uvia, seu SOUZA baixô a cabeça percebi que se incuía. Minha PRATA oiô pra mim com as buchecha corada da vergonha que sintia, saiu devagarzim e nem percebeu que eu me adispidia. Aquele CASSERENGUE danado tinha tirado minha amada. Foi embora meu AMPARO e todo mundo viu, nessa PIRPIRITUBA do destino nem disse adeus e partiu.

Seu CATURITÉ me chamô baixim e disse com precupação, “meu fio, vá simbora num espere coisa rim não. Esqueça essa caboca e dê um fora daqui, vá lá pra TEIXEIRA na fazenda CUITEGI, conte a ele o acuntecido, diga que fosse mandado pur mim”.

Voltei pra meu casebre, minha singela TAPEROÁ, a lamparina acendi, armei a rede e fiquei a balançá. SUMÉ lembrando dela e minha SOLEDADE a aumentá.

Meu DIAMANTE foi forçada de disgosto a me abadoná, foi morá com os TAVARES, MANAÍRA vei me contá, contou tintim por tintim chega meu curação churamigou. Ternotonte ela si riu cum os prosiado que balbuciei lá no POÇO DE JOSÉ DE MOURA na hora que a cunvidei, os óim de QUIXABA arriba daquela boquinha que beijá sonhei. Cuma posso isquecer daquela santa IMACULADA que deixô a morada do céu, de aparença acabocada que era cagada e cuspida a nossa libertadora PRINCESA ISABEL.

Matutei uma sumana cuma devia pruceder, o peito chiava de querê bem eu tava sem querê vivê. Adispois de muito pensá risuvi ir bataiá a minha fulô de vorta, bebê umas lapada pra essa dô passá. Um banhe resolvi tumá, dei uns tibugo no RIACHO DOS CAVALOS e enveredei pra budega de seu TENÓRIO pra mode se alegrá. Tumei logo um MAMANGUAPE de cana sozinho a se reclamá, nos pé da estátua de SÃO MAMEDE cumecei a me cunfessá, foi quando o budegueiro me alertô que meu rivá quiria me acabá, dizeno: "ITATUBA tá cavada e sete palmo ela mede pra te interrá". Fiquei tremilicando morrendo de PIANCÓ, as perna ficô pesada a garganta deu um nó.

Voltei de imediato trupicano no mêi do camim, aqui aculá uma parada, e no quengo as lembrança dos dizido do butequim. Uma rezada pra SÃO JOSÉ DE CAIANA pra me prutegê de caba rim. Entrei nas MATINHAS fechada pur dênto do ARAÇAGI e caminhei disisperado sem nem pensá no fim. Dispois de umas vinte légua, deitado eu adormeci debaixo de um SERIDÓ, o sol bateno na cara pur causa da pôca sombra que tinha os cipó.

Cum canto de uma curuja acordei no ôtro dia, a boca tava seca e as tripa chega rugia. Precurei um pôco d’água naquela sertania, tava tonto de sede, a boca chega ardia. Dispois de uma boa precura uma LAGOA SECA achei, as pressa cum as mão umas CACIMBAS cavei, um OLHO D’ÁGUA aflorô,foi aflorano, aflorano inté que uns POCINHOS se formô e mermo baldiada eu tumei.

A água foi aumentando ALAGOA GRANDE ficô. Quando espiei cum os óio acatitado, as água no juêio de repente chegô. Abri sem demora o BOGUEIRÂO, SÃO JOSÉ DA LAGOA TAPADA, me salve desse trumento, me tire da LAGOA que já tá um RIACHÃO. Essa bexiga tabóca que se
transformô do RIACHÃO DO POÇO que da CACIMBA DE DENTRO uma ÁGUA BRANCA afloro, e na CACIMBA DE AREIA uma ALAGOA NOVA ficô.

Valei-me meu SÃO SEBASTIÃO DE LAGOA DE ROÇA, minha SANTA TEREZINHA, meu prutetô SÃO DOMINGO DE POMBAL, me tire ligêro dessALAGOINHA. Num posso acriditá que pru mode uma CUITÉ d’água afogado vô batê da passarinha. Prumeto, SÃO BENTINHO, que se dessa eu saí, vô acendê trezentas velas para “São Bento de Pombal”, e nunca mai eu vô robá SALGADINHO e nem SALGADO DE SÃO FÉLIX e cumê no capinzal. Puramô de Deus, meu SANTO ANDRÉ, num me dêxe esmurecê nesse CAMALAÚ, e sê aterrado nesse lamaçal.

Graças a meu BOM JESUS e a SÃO JOÃO DO RIO DO PEIXE, num pé de BARAÚNA me agarrei. As água tava danada e a árvure arrancô, saindo desembestada inté que no BREJO DOS SANTOS chegô. Tive logo uma BOA VISTA, uma PEDRA LAVRADA avistei, meus pé sentiu AREIA muito contente pisei.

Oiano direitim me orientá tentei, virei três bunda canascas e no AREIAL me espichei, o sol bateu na fuça e numa PEDRA BRANCA me sentei, oiêi pru poente uma SERRA GRANDE parecia, era uma SERRA REDONDA que de longe a SERRA BRANCA se via. A vista tava imbaçada num sei se só uma serra era, ou se era uma SERRARIA.

Graças a SÃO JOSE DOS CORDEIROS, dessa tombém iscapei, na vorta pra minha morada na tribo COREMAS passei, desconfiado, cabreiro, mai cum eles almocei, comi quase metade das EMAS, e meus pobrêma nem contei.

Chegano nu meu rancho, meu JERICÓ selei, minha faca dos dois lado amolei, o meu veio bacamarte cum chumbo grosso carreguei, a garruncha butei na cinta dispois que desinferrugei.

Na LAGOA DE DENTRO tirei sete PATOS que tinha, e cum a pruteção de SÃO BENTO vendi a SANTANA DE MANGUEIRA por uma pipita de OURO VELHO e uma cuia de farinha.

Minha maloca que meus fiinho desejei nascê e junto da minha fulô nóis
vê eles crescê. Num foi, vou colocar fogo pra inté as lembrança que me MALTA ta desaparecê. Abri a gaiola do meu POMBAL pra livres elas avuar, e nos cinzeiro dessas QUEIMADAS eu mim a resgatá.

Esporei meu jumento sem oiá nem pá trai, atravessemo o RIO TINTO inté ai tudo im paiz. Na atravessada da BAIA DA TRAIÇÃO encontrei o cumpade JOÃO PESSOA de muita valia: “ cumpade, me faça uma fineza! diga aquele fio da besta ruzia que vô cortá do sertã ao litorá, mai um dia nóis vai se encuntrá. E o rôbo da minha caboca lazarina ele vai me pagá, e nem que a MÃE D’ ÁGUA me peça, aquele caba da peste vô pegá. O meu TRIUNFO de certeza ele pode esperá, se ele se escondê eu pelo rasto vô achá, e na CRUZ DO ESPÍRITO SANTO aquele peste vô pregá, se ele morrê antes, NATUBA dele vô mijá e REMÍGIO dez mil vez pra ele aprendê a respeitá.

Se ele se acha puderoso tombém tenho minha valia, NEGO ser obediente mermo minha vida tano preta e vermêia numa enorme MARI zia, é que sô rio de água rasas, sô ruim e de impraticável travessia. Dizido isso, sentei a espora no jegue que a puêra acompanhô, na passada do RIACHÃO DO BACAMARTE apertei o dedo no gatilho que o pipôco estorô, é o anúnço da liberdade e da partida dum sê trabaiador, humilde, corajoso e peseveradô inchamiado de AMÔ.

(Em homenagem e respeito a todos os municípios que compõem esse
magnífico estado que é a PARAÍBA).
Conto poético de LINOSAPO ( Andrelino da silva)
15/09/2011
Cachoeira do Sapo/RN
alinosapo@yahoo.com.br (84) 99121902

terça-feira, 23 de agosto de 2011

QUIXÓ

Um espojeiro no fim do caminho.
Uma pedra, um quatro com três paus.
Cambão, tabuleta, vareta.
Isca na armadilha da morte.
O crepúsculo como cúmplice.
A fome da noite janta a vida.
O degustar, o quatro desfeito.
A pedra vira assassino e sepultura.
A comida traz a morte.
Na madrugada o bisaco o transporta.
Banho de cinza ou de água quente.
Cabeça, pés e mãos decepados.
O sol, o sal, a exposição.
Sai o cheiro, fica o gosto.
A comida traz a vida.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

FILICÍDIO

Lembro-me ainda de quando fiquei grávido de você, foi divino.

Você cresceu em mim por três anos, até que nasceu, vivo, forte e contagiante, eu é que me tornei criança.

Fascinou e brilhou como nunca um astro havia.

Encheu-me a vida de vida.

Cresceu tanto que só pude contemplá-lo e reverenciá-lo.

Um ser melhor e maior do que seu criador.

Foi meu tudo, minha maior proximidade da perfeição.

O alimentei com o calor do meu sangue e o protegi nas entranhas de minha carne.

Meu sonhar o guiou pelo mundo e meu coração o fez sentir.

Contemplei sua primeira morte incrédulo, minha descrença o fez renascer, e pude viver melhor em seus braços.

Sorri e chorei contigo e por ti, e o desejei que fosse eterno.

A vida me viu morrendo por você, e comigo também morreste, ao morrer juntos eu renasci, a vida também te trouxe, só que doentio.

Fraco, mesmo assim, indomável.

Pude me fortalecer com sua fraqueza.

Ergui-me nos degraus de sua decadência.

Até que engravidei e pude parir seus irmãos, a você idênticos, mas não primogênitos.

Quase todos morreram recém-nascidos e não renasceram, e você os cumpliciou, os ajudou a nascer e a morrer.

O tempo foi seu aliado.

E o tempo que me crucificou em teus braços, ensinou-me a arte do filicídio.

Agora o sabre da razão, empunhado pela verdade, dará fim à existência dos teus nasceres e morreres.

O sepultará na cova do esquecimento, na qual, a vida brotará como flores lindas e perfumadas.

Um lindo Jardim encantando borboletas e beija-flores.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Natal uma cidade turística: Um passeio entre versos

Para começar o roteiro

Vamos apresentar Natal

Uma cidade perfeita

De um clima especial

Do Rio Grande do Norte

A sua linda capital.


Com história fascinante

Que muito abrilhantou

Quatrocentos anos

O aniversário comemorou

É menina debutante

Que a copa conquistou.


Rio grande era capitania

Muito Difícil de povoar

Pertencia a João de barros

Que não veio habitar

E ao senhor Aires da cunha

Que ainda quis tentar


Capitanias hereditárias

Por aqui não se projetou

Devido muitos índios

A colonização dificultou

E aliado aos franceses

Com os lusos se rebelou

O reino de Portugal

A Espanha se integrou

Foi quando as coisas aqui

De verdade é que mudou

Para expulsarem os franceses

Uma fortaleza se cogitou


E a fundação duma cidade

Para proteger o lugar

Juntos com a fortaleza

Essa terra conquistar

Assim nasceu natal

Rodeada pelo mar


Em Seis de janeiro

Do ano de mil quinhentos

Da década e ano noventa e oito

Vive-se um novo momento

A fortaleza é construída

Cumprindo-se o intento


Natal nasce no natal

Um ano depois da fortaleza

Já nasceu cidade

E repleta de beleza

Primeiro constrói uma capela

Era ordem da realeza.

Palco de grandes conquistas

Foi tomada pelos holandeses

Que mudaram o seu nome

Contrariando os portugueses

Chamou-se nova Amsterdam

Para os novos povos burgueses


Na segunda guerra mundial

Natal também participou

Recebendo tropas aliadas

Pela geografia que herdou

Na posição privilegiada

Ao combate se integrou


Apresentado essa parte

Da história do lugar

Vamos mostra os pontos

Pra quem quer nos visitar

Aqui tem de tudo

Pode vir comprovar

A igreja nossa senhora

Denominada da apresentação

Hoje está a igreja matriz

E foi marco da povoação

Com casamentos, batizados

Missas, novena e celebração


Por cima do potengi

A Newton Navarro fica

Uma ponte interessante

Imponente e magnífica

Unindo a bela cidade

E a mantendo mais rica


A fortaleza dos reis magos

Palco de tantos eventos

Nos arrecifes de pedras

Rodeado de mar e vento

É marco de nossa história

Testemunha de belos momentos


Teatro Alberto maranhão

Um século de existência

Com arquitetura francesa

O TAM tem a decência

Palco de grandes espetáculos

Da cidade é referência

Museu Câmara Cascudo

Boda de ouro comemorou

Cinqüenta anos de história

Que a cidade presenciou

Ampliando o conhecimento

Que a vida nos ofertou


A praia de ponta negra

Americanos descobriram

Na segunda guerra mundial

E o turismo introduziram

Lá tem o morro do careca

Que proibir subir decidiram


O memorial câmara cascudo

Relembra um homem de valor

Estudante da cultura brasileira

Foi folclorista e historiador

Mil novecentos e oitenta e sete

Homenagearam o grande escritor


A linda igreja do galo

Beleza do solo potiguar

Com arquitetura barroca

E santo Antônio a homenagear

Mil setecentos e sessenta e seis

Que se pode terminar


A querida cidade do sol

É rica em tanta beleza

Na messoregião do leste potiguar

Tem no ar grande pureza

Banhada pelo Rio potengi

Paraíso terreno da natureza




Suas praias são perfeitas

Verdadeira criação divina

Que encanta e seduz

Parecendo ouro em mina

Visitada por todo Brasil

Povo bom aqui se destina


Tem a feira do alecrim

Pra completar o passear

O museu café filho

Pra o conhecimento ampliar

E o instituto histórico

Para a pesquisa aprofundar


O palácio Felipe camarão

Com estilo colonial

A Praça André de Albuquerque

Que também é sensacional

Tem ainda a pinacoteca

Que essa é fenomenal


Não demore venha logo

Que Natal te receberá

Com carinho e muito amor

Por aqui não vai faltar

Temos enorme prazer

Em nossa terra te mostrar