terça-feira, 30 de abril de 2013

FILIZ DIA DO TRABA-I-A-DOR


É no desbenguelar da serra
Que tem minha Guarida
Uma terra pequeninha
Mai muito quirida.
É Cachoeira do sapo
Pur donde vivi a vida

Na amanhecença do dia
Pra bataia o povo vai filiz
Num importa Cuma
Se Esquece as cicatriz
Na escurença da noite
Do dia fumo aprendiz

O trabaio nessa terra
Sempre foi cum alegria
Num importava a labuta
Pela noite ou mermo o dia
Mueres e homis da terra
Da tarefa num curria

O prugresso vem do trabaio
Eita povo trabaiador
O suor molha o rosto
Com humildade e amor
Trabaiar é nosso oficio
Sob as benças do criador

Aqui todo mundo bataia
Do jeito que a vida dar
Nem vou dizer quem são
Deixarei eles se apresentar
Um bucado danado
Farta dedo pra contar

O meu nome é Francisco
Mais um chico em ação
O
machado minha ferramenta
Cortar lenha a missão
Assim ganho a vida
Na passage do verão

Os calos que machucam
Num atrapaia minhas mãos
Corto lenha e arrumo
As vezes faço cavão
O sol já é um amigo
O fogo um bom irmão

O meu nome é José
Mas carpinteiro não sou
Na verdade cultivo a terra
Sou apenas agricultô
A enxada a companheira
Parceira desse trabaiador

Planto de tudo um pouco
se apreparando pru verão
Pranto milho, jerimum
Fava, maxixe, feijão
Quiabo, pepino, melancia.
Tombém pranto o melão

O meu nome é Juão
má querença do facheiro
Meu labutar é diferente
Já nasci um vaqueiro
Cada brenha dessa terra
Eu conheço pu inteiro

Nas madrugadas frias
As vacas vou ordenhar
Cumeça o meu dia
No curral a bataiar
O cavalo fiel parceiro
pru  gado eu aboiar

Maria de dona Tonha
Assim que mim cunhecem
Sou custureira desde nanica
E isso num me aburrecem
Custuro cum mui prazer
Poi os crientes merecem

Faço vestido de chita
Ou roupa de batizado
Agulha e linha parceiras
Tombem faço bordado
Já fiz vestido de noiva
E roupa pru delegado

Meu nome é sivirina
Meu oficio é cozinhar
As panelas minhas amigas
O fogo num pode apagar
Na amanhecença do dia
O café vou preparar

Cozinho com amor
Mior tempero que há
Faço um baião de dois
Que todos vão gostar
e a minha feijoada
ocê come pra se acabar

Meu nome é pedro
E faz jús a prufissão
Pedro vem de pedra
Trabaio na construção
Sou um simples pedeiro
Trabaiando cum dedicação

Num terreno baldio
Uma casa eu levanto
Tijolo por tijolo
Ainda reboco os cantos
Tombem faço reforma
E termino com encanto

Meu nome é jusefina
Neta de uma parteira
Meu trabaio é no cuidar
Se tornei uma infermera
Quem dera tivesse o dom
De ser uma curandeira

Aos duentes me dedico
Pra ver sua arecuperação
Limpo e troco curativos
Tombem aplico injeção
Faço o medicamento
E virifico a pressão

O meu nome é Antonho
Comerciante do lugar
Compro, vendo e troco
Pru negocio é só chamar
Se der certo pra nós
Pudemos negociar

Vendo de garajal de rapadura
Á travessa de portar
Compro do mermo jeito
Assim se tenha a ofertar
Troco cabra em uveia
O
dinhero faço andar

Essa e a nossa terra
E nosso povo trabaiador
Aos oios de são josé
Padoeiro e prutetor
festejemos todos juntos
O dia do trabaiador

Entre tantas marias
Juzé, Antonhos e juãos
A todos os trabaiadores
Seja qual for a prufissão
do minino ao veio
Fica a nossa gratidão

Homis e mueres de paz
O ano intero a bataiar
Desde o raiá do sol
Inté a luz do luar
Parabéns pelo lindo dia
Merecemo, ramo cumemorar.












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